Bolsas Filmaporto: selecionados cinco projetos que exploram histórias de memória e resistência

A Filmaporto vai financiar com 20.000 euros cinco projetos que serão realizados integralmente na cidade do Porto. Este ano, foram selecionadas as propostas fílmicas apresentadas por Eloy Serén, João Niza Ribeiro, Letícia Simões, Patrícia Neves Gomes e Ricardo Leite.

À semelhança das edições anteriores, existem duas modalidades de apoio, dirigidas a diferentes públicos e nomeadas a partir dos fundadores da Neves & Pascaud, a primeira empresa a apresentar filmes ao público no Porto. A bolsa Neves é dirigida a artistas e cineastas residentes no município do Porto e entidades produtoras com sede nos concelhos do Porto, Matosinhos ou Vila Nova de Gaia, em conjunto com artistas e cineastas residentes no concelho de Porto. Esta bolsa foi atribuída a Os Vermelhos do Bonfim, de João Niza Ribeiro, sobre a repressão de migrantes; Travessias Malungas, de Letícia Simões, uma colagem visual e sonora que lança um olhar às mulheres resistentes ao tráfico escravagista; e Áureos, de Ricardo Leite, uma homenagem aos artistas Aurélio da Paz dos Reis e Aurélia de Souza.

Já a bolsa Pascaud destina-se a artistas e realizadores residentes fora do município do Porto e entidades produtoras com sede nos concelhos do Porto, Matosinhos ou Vila Nova de Gaia em conjunto com artistas e cineastas residentes fora do município do Porto. Nesta categoria, foram selecionados Não Falarei, de Eloy Serén, que acompanha, em 1951, um jovem casal escondido da polícia política num bairro portuense; e Estrela Celeste, de Patrícia Neves Gomes, sobre o desfecho trágico do negócio de uma agiota.

As atas do concurso, que decorreu entre 27 de maio e 21 de junho de 2024, podem ser consultadas no site da Filmaporto. As candidaturas foram avaliadas por um júri composto por Luís Urbano (produtor de cinema), Melanie Pereira (cineasta) e Tomás Paula Marques (cineasta e artista visual).