“Grito”, de Luís Costa, um dos projetos vencedores da Bolsa Pascaud da Filmaporto — film commission terminou a rodagem e encontra-se em fase de pós-produção.
A curta-metragem recebeu uma das cinco bolsas, no valor de 20.000€ cada, atribuídas, este ano, pela Filmaporto
com o objetivo de incentivar a produção de cinema na cidade. Para o realizador, este apoio permitiu que o filme se mantivesse fiel à ideia original: “Se não fosse esse financiamento, provavelmente, o filme teria de ser outra coisa. Nós
dizemos, muitas vezes, que não fazemos o filme que queremos, fazemos o filme que podemos, mas sinto que tenho a sorte de este projeto ser exatamente o que eu quero”, explica Luís Costa.
A curta-metragem, rodada no Porto, contou com uma equipa maioritariamente composta por profissionais da cidade,
entre eles Miguel da Santa, Tiago Carvalho (Direção de fotografia) e André Guiomar (Assistente de Realização) – com quem Luís Costa fundou, em 2019, a produtora portuense Olhar de Ulisses – Margarida Assis (Direção de Atores e Anotação), Mafalda Rebelo (Direção de Produção), Júlio Alves, Ricardo Preto (Direção de Arte), Sérgio Silva (Direção de Som) e Susana Abreu (Guarda Roupa).
“Grito” é inspirado no romance homónimo de Rui Nunes e retrata o trauma comum de duas irmãs. Durante uma noite
de insónias, Emília é transportada para um evento traumatizante do passado vivido pela irmã, Francelina. Nesses flashbacks, revisita a casa de infância, os pais e o cais onde passava o tempo. Essas memórias acabam por levá-la a visitar Francelina, internada num hospício. “Senti que seria bonito ver aquela história e personagens transformadas num filme”, diz Luís Costa. “Como o livro, apesar de tudo, é muito fragmentado, e até um pouco difícil de acompanhar, poderia parecer mais difícil do que seria o ideal, mas acho que foi isso que me atraiu”, acrescenta o realizador. “Quero que as pessoas sintam o que eu senti quando li o livro”.
Ainda sem data de estreia,“Grito” deverá estar finalizado no verão de 2022 e integrar, posteriormente, o
circuito dos festivais de cinema.
Sobre os próximos trabalhos, Luís Costa revela que pretende filmar um documentário sobre António Pedro, “uma
figura incontornável do Porto”, e uma longa-metragem baseada num romance português.